Este assunto deve ser sempre revisto e tratado
dentro do ministério de louvor. O motivo desta urgente relevância é que sem os
“relacionamentos ajustados” não será alcançado os objetivos essenciais. Tanto
da organização do serviço do ministério como da vivência fraterna na igreja.
Itens insubstituíveis a todos os componentes do ministério de louvor.
Há ministros e músicos que se relacionam com
rispidez, indiferença e impaciência, outros com superficialidade e
descompromisso. Atitudes que impedem de alinharem suas ideias umas as outras
por causa do temperamento e não apenas por causa restrita das ideias.
Sabemos nos relacionar de modo a fortalecer e multiplicar nossos laços
interpessoais? A dinâmica relacional impõe situações diversas de tensões, e as
principais causas são: objetivos pessoais desconhecidos, personalidade,
desalinhamento, intolerância, favoritismo, intimidade e outros. O ser humano
foi criado para se relacionar, vivemos cercados de pessoas da família, de
parentes, dos irmãos na fé, conhecidos e contatos virtuais. E para cada grupo
temos um modo particular de interagir com ele. Com determinadas pessoas agimos
de forma mais polida ou impaciência velada, e com outras acendemos melhor em
clarear nosso descontentamento ou afeição. Não se trata de comportamento
fingido, mas não é educado e respeitoso contrapor uma ideia com nosso líder da
mesma forma que tratamos um desafeto. A ambos devemos uma postura cristã, ao
líder submissão, obediência e respeito,
e ao contendedor uma reação expressiva que interrompa o conflito. Essa é a
realidade de todos os relacionamentos. Existem ondas violentas, medianas e
marolas no mar do convívio das relações humanas.
Nossas ideias geram fricções entre nós, mesmo que
estejamos todos voltados à pregação do Evangelho, cada um possui um dom e é
certo que pela característica deste dom este individuo escolherá como pregar as
Boas Novas. É o nosso maior desafio aceitar e respeitar a forma da qual Deus
repartiu estes dons (1 Coríntios 12.11). Quando somos guiados pelo Espírito
Santo, nossas ações promovem a transmissão de comandos e movimentos como Cristo
quer (1 Coríntios 12.14.25). Bem como se somos rebeldes à direção de Deus,
colocamos grande esforço para impor a vontade pessoal e opinião na mesma hora
que ditamos nossas preferências e desejos subjetivos e obstinação. Caso um
líder ou liderado contestar nossa conduta e plano motivado por capricho, reagimos
com hostilidade, agressão ou pirraça infantil. Por isso, antes de colocar
alguém para trabalhar no ministério de louvor, ensine que todo ministro, líder
ou liderado, deve estar pronto para fazer renúncias, como Cristo
fez (Filipenses 2.5. Lucas 9.23).
A diversidade
de dons, pessoas e personalidades
Você já se relacionou com alguém soberbo ou
acanhado, exibido ou tímido? Conviveu com uma pessoa intolerante ou
autocomiserado, briguento ou sereno, desembaraçado ou apático? Dentro do
ministério ao qual você participa possui todos estes tipos de comportamento e
outros mais. Líderes, ministros, discípulos etc. Ainda estão sendo moldados, é
o que diz
 
Filipenses 1:6. “Pois eu estou certo de que Deus,
que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que ele
esteja completo no Dia de Cristo Jesus.”
 
Temos a tendência de trocar, jogar fora,
desvalorizar. Não devemos fazer como o espírito do mundo faz; desprezar o que
precisa ser duradouro. Conviver harmoniosamente com pessoas diferentes é uma inaptidão
da natureza carnal de abdicar e de renunciar os direitos que acha possuir.
Quais direitos? O de desestabilizar a paz no ministério por
causa das picuinhas das manias pessoais. E também o de orgulho por status,
formação, condição social, habilidades, pelo tempo no ministério, amizade,
intimidade com os líderes, vantagens imateriais ou por ser prepotente sem causa
aparente ou declarada. A ideia traiçoeira de que todos devem ‘aceitar alguém
como ela é’ tem impedido a maturidade dos crentes, enraizando o hábito negativo
de um comportamento melindroso e incorrigível. Além do que, também é porta para
rivalidades, discórdias, ciúmes, divisões e muitos outros conflitos dentro do
ministério. Este tipo de pensamento, o do politicamente correto, é um sofisma
que infecciona o Corpo. Jesus nunca deixou alguém ser, no reino, o mesmo que
era antes de se encontrar com Ele. Pedro, por exemplo, foi espremido até se tornar
o que Jesus planejou (João 21.15-23). Pedro conviveu com os outros discípulos
pela força e influência da sua personalidade (João 18.10). Ainda mais tarde,
Pedro tratava seus relacionamentos ministeriais com a inflexibilidade da sua
personalidade compulsiva de querer fazer suas vontades próprias (Gálatas
2.11-14). Deus reprova o partidarismo e a divisão, as nossas singularidades não
impedem de sermos o que Ele espera de nós. A falta de domínio de cada indivíduo
causa dano à comunhão e consequentemente ao desenvolvimento da organização do
ministério de louvor. Alguém descontroladamente exibicionista, ou indiferente,
ou provocador ou acomodado favorecerá cizânias nos relacionamentos.
Relacionamentos em
ação
Não é pedindo para o outro deixar de ser
como é que podemos chamar isso de relacionamentos ajustados. Tampouco o líder
deve usar esta prática para harmonizar seu grupo. Veja minha orientação para um
relacionamento saudável.
Primeiro: Não existem relacionamentos
perfeitos, porquanto não existem pessoas perfeitas. Relacionamentos antigos
emperram se as partes esperam perfeição do outro lado. Se desejo crescer, ou,
espero que o outro melhore, então eu preciso dar o primeiro passo. Quando o
outro lado não reage a isto, será necessária a intervenção de um conselheiro.
Segundo: Perdoar e pedir perdão. Às vezes
perdoar é mais difícil que pedir perdão. Muitos relacionamentos se deterioram
pela falta da prática do perdão. Se um líder não
consegue reconhecer sua limitação e erros nunca ensinará o caminho
insubstituível da restauração do altar da comunhão aos seus músicos e
ministros. Mesmo um ministério solidamente organizado pode ruir se os membros
arrastam mágoas e insatisfações.
Terceiro: Caminhar para frente deixando o
passado no passado. Os componentes do ministério devem aprender a se
desprenderem das perdas, inclusive de componentes. Só há sabedoria se mantermos
o que aprendemos na caminhada cristã como repertório de consulta e não permitir
ser paralisados pelo medo. Muitos relacionamentos
recentes fracassam por causa da decepção. Pensar que novas pessoas são infalíveis
e não vão ‘pisar na bola’, causa a perda da confiança e a fé na comunhão.
Quarto: Transparência nos relacionamentos.
Trabalhar com pessoas que escondem sentimentos, mágoas, inclinações e
propósitos torna o espaço de trabalho inseguro. As pessoas podem fazer uma
leitura equivocada de outras que são extremamente reservadas e até mesmo
aquelas que são desprendidas, por isso o exercício da transparência diminui
impressões baseadas na dedução.
Quinto: O ministério deve ser um lugar
resguardado e seguro. A fofoca é devastadora, ela mina a confiança que o
ambiente ministerial deve oferecer. Todo aquele que pratica a maledicência
precisa ser repreendido duramente. Considere o quanto a confiança custa ser
conquistada. Se o líder disser que o ministério é um lugar seguro e de
confiança, então ele deve ser o primeiro a não quebrar este voto. Organizar um
ministério de louvor não se limita apenas ao funcionamento otimizado da
máquina.
Sexto: Confronto. Toda comunhão é quebrada
quando não praticamos Mateus 18. Sim, diga para o grupo primeiro praticar
Mateus 18.15-17. O líder não tem que ser o primeiro a tomar conhecimento sobre
a desavença entre integrantes do ministério ou de um pecado de alguém. A Bíblia
diz:
“ Se o seu irmão pecar contra você, vá e
mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois.”
É o inverso que aproximadamente todos
fazem. Os ministros e músicos precisam resolver entre si suas discordâncias,
caso contrário eles continuarão sendo governados pelos seus egos, pois alguns
são melindrosos, outros inflexíveis e outros ainda manipuladores.
Sétimo: Saber ouvir e falar. Sempre
aprendemos quando ouvimos, e também quando falamos. Quando se sabe ouvir uma
queixa ou elogio, pode-se através desta habilidade aprendida responder com uma
ação correta e nunca uma reação. Pois uma ação pode ser planejada, mas uma
reação poder ser desastrosa. Se possuirmos uma intimidade mais profunda nós
podemos exasperar uns com os outros. Por isso, nunca fale enquanto o outro
fala. É uma regra de sucesso para o casamento, no trabalho, num tribunal e com
Deus. Um fala o outro ouve, e vice versa.
Oitavo: Comunicação. Muitos
desentendimentos podem ser evitados se transmitirmos uma opinião ou orientação
de trabalho de um modo claro, cortês e paciente. Nosso corpo transmite nosso
estado emocional no momento especifico de paz ou acalorado. Uma voz ríspida com
um dedo levantado, algo que é jogado no chão ou largado, uma respiração alta e
ofegante. Um grito, um ato de autoritarismo ou uma expressão de insatisfação e
raiva. Estas ações e outras não descritas podem acender o pavio de uma bomba
que não poderá ser apagado a tempo de evitar uma explosão e as terríveis
consequências dos seus estilhaços. A bíblia ordena:
“Que as vossas conversas sejam sempre
amáveis, temperadas com sal, e sabei responder a cada um devidamente.” Colossenses 4:6.
Nove: Cortar relacionamentos tóxicos.
Romper um relacionamento pode ser dolorido, porém um remédio necessário. Há
pessoas incorrigíveis, é a uma opinião pessoal. Alguns pensam diferente de mim,
acreditam que um dia, lá na frente, Deus vai transformar. Se algum discípulo
sabia que Judas Iscariotes era ladrão e esperava sua redenção se enganou. Não
vamos debater sobre isto, mas só havia um motivo para ele estar ali. Às vezes
pessoas que amamos e investimos por muito tempo se recusam a uma vida submissa
a Cristo. Contudo não há motivo para permanência de pessoas indisciplináveis no
seu ministério hoje. Entregue a pessoa rebelde e insubmissa aos cuidados de
Deus e desligue-a do ministério. E se ela insiste em causar dissensões corte o
relacionamento completamente. Poupe o lobo que as ovelhas serão sacrificadas, então,
não titubeie, afugente o lobo!
Dez: Valorizar o relacionamento em verdade.
Qualquer pessoa gosta de se sentir importante e amada. Uma prática do ser
humano é muitas vezes se aproximar de alguém para obter vantagens. Se não
creditamos valor verdadeiro aos irmãos que estão conosco no ministério e
consequentemente a comunhão que temos, o que fazemos diante de Deus é apenas um
barulho de lata vazia (1 Coríntios 13.1), é irritante para Deus.
“[…] cada um considere, com toda a
humildade, as demais pessoas superiores a si mesmo. Cada um zele, não
apenas por seus próprios interesses, mas igualmente pelos interesses dos
outros…” Filipenses
2.3-4.
Só desvalorizamos o que não nos importa,
se consideramos alguém superior a nós, como é ordenado no texto, vamos zelar
igualmente como quando é com os nossos próprios interesses. A falta, ou pecado,
não é por ter interesse, mas desvalorizar os interesses do outro.
Décimo
primeiro mandamento
Se for difícil lembrar os dez tópicos
anteriores, lembre-se de apenas isto:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Mateus 22.39. Tantos textos sobre
relacionamento fornecem orientação e contam as experiências dos personagens
bíblicos dentro da igreja, situações e ministérios que temos no NT. Noto que
muitos deles são sobre desacordos e condutas reprováveis, mais até que elogios
a boas posturas e bons testemunhos. Quando a ofensa atinge o coração a tendência
é de se defender atacando ou devolvendo a ofensa. Poucos se retraem e
permanecem ressentidos sem reação. Quando agimos assim, não somos diferentes
dos ímpios, daqueles que não são governados por Cristo. Por isso, ainda que
percamos a capacidade de compreender, ou deixamos de sentir amor como
sentimento consonante de afeição profunda. Nós necessitamos, por dever cristão,
amar o outro como a si próprio.
Um
ministério comprometido com o Reino
Até pode parecer piegas dizer isso: mas
satanás não trabalha para destruir o departamento de missões, a intercessão, o
louvor, o ensino ou os projetos caros que planejamos e executamos. Isso são coisas…
Tão somente departamentos, programas, eventos etc. É certo do diabo por toda a
sua força nos relacionamentos, porque eles valem mais que tudo o que
construímos enquanto instituição. A organização do ministério de louvor falhará
se não houver investimento nos relacionamentos dos componentes. O ministério de
louvor que aprendeu e ainda aprende a se relacionar com os sinônimos do
altruísmo, experimenta momentos contínuos da realidade da presença de Deus. A
igreja que é dirigida na adoração por este grupo é testemunha de uma unção não
fingida e poderosa. Sem a manifestação de vaidade, ciúmes, favoritismo e
obstinação este grupo cresce em Deus. E também na comunhão e no ofício
ministerial, pois os componentes vivem por um vínculo de amor intenso, capaz de
doação voluntária e até o sacrifício.
“Portanto, tudo quanto quereis que as
pessoas vos façam, assim fazei-o vós também a elas” Mateus 7:12.
Por meio deste princípio caminharemos por
um terreno seguro e próspero. Uma vez que o relacionamento vem antes de muitas
coisas que estimamos ser prioridade para Deus, desejo ter proporcionado uma
leitura clara, reparadora e praticável.
Por: Ricardo M Corrêa
https://adorando.com.br/como-os-relacionamentos-afetam-na-organizacao-do-ministerio-de-louvor/

 
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