“E ele mesmo concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres”. (Efésios 4.11) 
“A uns estabeleceu Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas”. (I Coríntios 12.28)
“Tendo, porém, diferentes dons segundo a
graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se
ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo;
ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que
preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria”. (Romanos
12.6-8)
O tempo
passa, as pessoas mudam, mas um anseio permanece latente no coração da boa
parte dos cristãos:
“Qual
é o meu chamado?”
Muitos
cristãos, desejosos de agradar a Deus e viver a plenitude do plano dEle para
suas vidas, têm se debatido com essa inquietante pergunta, e é fácil
compreender o porquê. Temos sido inspirados por homens de Deus, que nos
impactam com seus chamados, que é natural desejarmos entrar em uma atuação plena
semelhante.
Por vezes,
essa inquietação e admiração podem até nos levar a, por apreciarmos tanto
determinado ministro, ou ministra, ter uma percepção errada até mesmo das
nossas habilidades e fraquezas. Mas como chegar a resposta definitiva? Pode ser
que minha resposta a essa pergunta seja frustrante para muitos que lerão este
texto, ainda assim, penso que, se você seguir essa direção vai estar seguro,
mesmo que andando sobre nada além da Palavra de Deus. Como vimos acima, existe
uma grande variedade de dons e serviços no corpo de Cristo e eu poderia citar
ainda o importantíssimo ministério da reconciliação do qual todo crente
participa e deveria se ocupar com ele antes de qualquer outro, que é a missão
de levar o Evangelho de Jesus Cristo ao perdido.
Eu creio
que todos os dons acima citados continuam operando na vida da igreja Cristã,
destaque apenas para a mudança no ministério apostólico, no sentido de que não
temos mais apóstolos na posição que ocupam os 12 e Paulo, como “fundamentos” da
fé Cristã e o ministério profético, que no Novo Testamento não pode ser
comparado ao “vidente” como acontecia na Velha Aliança.
Ainda
assim a variedade é imensa, pastores, evangelistas, mestres, socorros,
intérprete, exortação, contribuição, misericórdias. Paulo afirma que os dons
são diversos (I Co 12.6) e então, como descobrir qual é o meu? Gostaria de
começar a desconstruir essa busca dizendo que o melhor dom é aquele que é
necessário e que o Senhor olha para aspectos diferentes dos da maioria das
pessoas, como fidelidade e obediência ao invés de destaque e influência.
É
interessante notar que, em todas as três listas de dons citadas acima,
imediatamente após, ou antes desses versos, o apóstolo Paulo, usa a analogia do
corpo para explicar a operação desses dons, como se eles fossem funções do
corpo, e que todos são igualmente necessários porque todos são o corpo e nenhum
é, de forma alguma, desprezível.
Obviamente
no corpo, ou na igreja, você precisa ter ordem para que os membros do corpo e
da igreja possam funcionar harmonicamente. Para isso, existe a estrutura de
submissão e autoridade, mas, diante de Deus, seus valores são os mesmos, por
mais que no nosso dia-a-dia, devamos respeito e consideração àqueles que estão
em posição de autoridade, sabendo que eles velam por nós. Depois de entendido
que esses dons são concessões da graça de Deus para que o corpo funcione bem e
não conquistas pessoais que nos trazem glória, acredito que algumas atitudes
podem levar você a chegar lá, no lugar que Deus sonhou para você atuar.
Faz o
que tua mão encontra fazer
Provérbios 3.27: Não te furtes a fazer o bem a quem de
direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo. Esse tem
sido o meu lema por todo o meu ministério e estou convicto que estou vivendo a
plenitude do que fui chamado para fazer, não o alcance completo ainda, mas
aquilo que fui chamado. Muitos perdem grandes oportunidades de crescer e
aprender por se esquivarem de assumir compromissos naquilo que acreditam não
ser seu chamado. É óbvio que, quando estamos vivendo a plenitude do que fomos
chamados para fazer, não podemos assumir todo tipo de atividade, por que isso
pode nos atrasar e tirar o foco, mas estou falando daqueles que estão
percebendo a chamada do Senhor e estão ingressando no ministério. Confie no
Senhor, esteja disponível, ajude quem precisa, ajude na igreja, sirva seu
pastor, seu líder da melhor maneira.
O Senhor
sabe de todas as coisas e conhece seu coração, mas seu pastor não sabe de tudo,
por isso mesmo ele vai confiar em quem ele tem visto ser fiel e, se você me
permite, ele está correto. A vida pastoral é cheia de desafios e os pastores
precisam lançar mão daqueles que eles podem confiar. Em toda a minha
carreira ministerial, sempre disse sim para tudo o que meus líderes traziam
como desafio para minha vida. Penso que mesmo hoje estando em uma posição mais
madura, caso seja desafiado pelo ministério a fazer algo que não acredite ser
“meu chamado” vou atender, simplesmente porque meus líderes precisam. Isso não
é ignorar a vontade do Senhor, ou não ser guiado, é obedecer a Palavra de Deus
que nos ensina a servir e obedecer.
Controle
o que você pode controlar
Apesar de
não ter um versículo para expressar este princípio, acredito que não erro ao
apresentá-lo. Muitos cristãos perdem tempo e energia sobre coisas que, simplesmente,
não podem controlar. Nosso chamado vem de Deus, o dia que nossa liderança irá
nos dar as primeiras oportunidades está com eles e não conosco, mas insistimos
em nos preocupar com isso. Acredito que deveríamos nos ocupar com aquilo que
podemos controlar, como nosso devocional, fidelidade, iniciativa, crescimento
espiritual. Acredito ser normal uma razoável inquietação nas coisas que não
temos controle, mas isso não pode ser o maior foco da nossa atenção. Como
todos, também ficava imaginando quando meu pastor me chamaria para pregar,
quando começaria a ensinar na escola bíblica, mas isso não pode nos tirar a
força de viver o hoje.
Desenvolvi
cedo, na minha vida cristã o anseio pelas Escrituras, lia a Bíblia diariamente
e avidamente, por vezes, matei aula na faculdade para ler a Bíblia, claro que
não me orgulho e nem aconselho alguém a fazer isso. Assim que fui batizado com
o Espírito Santo ia com um amigo à igreja e orávamos por três horas diárias,
não para ser vistos, ou para impressionar o pastor, mas simplesmente porque
tínhamos sede de Deus.
Quando
comecei a perceber uma inclinação para o ministério de púlpito eu fazia parte
do ministério de música. Nunca fui negligente, ou displicente com essa função,
mesmo quando não tinha mais prazer de fazer aquilo, porque percebia que aquele
não era meu lugar. Não procurei o pastor para dizer que “meu tempo tinha
acabado”, mas permaneci fiel.
Gradualmente
os convites para o que eu ansiava, e tinha convicção ser o plano de Deus para
mim, chegaram. Não forcei a barra, não precisei fazer propaganda, ou pedidos
constrangedores, confiei em Deus. Quando estes convites chegaram, eu já tinha
mensagens prontas para pregar por um ano inteiro, simplesmente porque tinha uma
vida de meditação diária. É óbvio que minha experiência não tem que ser a regra
da sua vida, mas tenho visto o mesmo roteiro vez após vez.
Atente
ao que chama sua atenção
Novamente,
infelizmente, não tenho um versículo para provar este ponto, ainda assim, tenho
visto ele se comprovar muitas vezes. Seu chamado está com você muito antes de
você começar a operar nele, dessa forma é muito natural que a necessidade que o
seu chamado supre grite dentro de você. Assim como, ver pessoas que operam no
seu chamado, pode te deixar muito desejoso de fazer a mesma coisa. 
É claro
que podemos nos equivocar nisso, eu mesmo acreditava, ou desejava, ser chamado
no ministério do profeta e eu não podia estar mais errado. Por outro lado,
sempre me encantou ver genuínos mestres ensinando, além de sempre buscar
ensinar a todo mundo que estava próximo. Sempre gostei de mensagens que
esclareciam textos aparentemente difíceis, ou traziam interpretações fora do
“de sempre” mas com mais sentido. Eu sonhava com a Coordenação Doutrinária anos
antes dela existir, simplesmente porque acreditava que era necessário um órgão
focado no ensino e na precisão doutrinária.
Talvez
alguém com uma chamada evangelística diga: “isso vai ganhar quantas vidas pra
Jesus?”. E esse é o ponto, seu chamado, eu creio, é uma
solução que Deus criou para algo, dessa forma essa necessidade vai chamar sua
atenção.
Prefira
o trabalho ao status
Infelizmente
o ministério em muitos segmentos tem se tornado algo diferente do que está
revelado nas Escrituras.
Em Romanos
1.1 Paulo se assume como “servo, chamado para ser
apóstolo”, você entende isso? Paulo de si mesmo era servo, Deus, seu senhor,
decidiu que ele serviria no apostolado. Infelizmente esse não tem sido o foco
em muitos locais, o ministério tem sido confundido com status de celebridade,
fuja dessa tentação. Pode dar certo com os homens, mas não será aprovado por
Deus. Nosso galardão sempre vem do Senhor, assim como nosso sustento e
abundância. Tenha sempre a certeza que seu desejo é servir ao Senhor e o seu
povo. Devemos nos alegrar em sermos despenseiros fiéis, que se alegram com o
gozo do Senhor.
Acredito de
coração que se você colocar estes princípios em prática, mais cedo do que
imagina, seu chamado e vocação se descortinarão na sua frente. Deus é o maior
interessado que você entre naquilo que Ele planejou para sua vida, Ele não está
impedindo seu chamado de chegar a você, provavelmente nós é que atrasamos os
planos de Deus, não Ele.
“Entretanto, busquem com dedicação os
melhores dons. Passo agora a mostrar a vocês um caminho ainda mais excelente”.
(I Coríntios 12.31)
https://verbodavida.org.br/blog/marcoshonoriojr/qual-o-meu-chamado/

 
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